O caso da Ilha de Trindade

O Caso da Ilha de Trindade é um dos mais importantes casos de avistamento e registro de disco voador da Ufologia, tendo sido testemunhado por dezenas de militares presentes na ocasião, na Ilha de Trindade, no litoral do Espírito Santo. Polêmico e controverso, o Caso da Ilha de Trindade é um dos mais famosos casos da história da Ufologia Brasileira e Mundial. Refere-se à uma série de fotografias, de autoria de Almiro Baraúna, nas quais observa-se um disco voador sobre a Ilha de Trindade no Litoral Brasileiro. O caso é alvo de debates acalorados entre ufólogos e céticos que o tem como referência para vários outros casos ocorridos na mesma época ou posterior.

Participações


Eventos

  • Novembro, 1957 - Ilha de Trindade- ES

    Avistamento

    • avistamento


    Em uma manhã clara e ensolarada, quando um balão meteorológico foi lançado para estudos. O comandante Bacelar estava no interior de uma estação de rádio acompanhando o experimento. Em dado momento houve uma distorção nos sinais levando o comandante acreditar que os equipamentos do balão haviam se desprendido. Ele avisou um de seus subordinados que saiu para verificar.

    Ao voltar o oficial afirmou que havia um outro objeto no céu, próximo ao balão. O comandante correu para observar e avistou o referido objeto andando erraticamente pelo céu fazendo manobras fechadas em alta velocidade. Olhando com instrumentos o oficial percebeu que o objeto era circular e de aparência metálica. Após o evento o militar enviou uma mensagem via rádio para a central da Marinha solicitando informações. Este era o terceiro evento registrado na Ilha em poucos dias. O numero de aparições aumentou consideravelmente com aparições quase diárias.

  • Janeiro, 1958 - Ilha de Trindade- ES

    Avistamento

    • avistamento


    O objeto foi novamente registrado sendo que desta vez causou pânico entre os presentes pois o objeto realizou manobras muito baixas. Em alguns casos parecia que se chocaria com instalações militares e científicas da Ilha. Estes fatos já estavam sendo investigados pela Marinha. Neste episódio em específico as testemunhas foram interrogadas cuidadosamente. Um sargento da Marinha presente na ocasião conseguiu uma fotografia do OVNI. O negativo foi apreendido pela Marinha.

  • 16/01/1958 - Ilha de Trindade- ES

    Avistamento

    • avistamento
    • investigacao


    Dias depois deste evento, em 16 de janeiro, o Almirante Saldanha chegava à Ilha de Trindade, tendo a bordo o fotógrafo profissional Almiro Baraúna. Por volta do meio dia o OVNI apareceu novamente chamando a atenção de vários militares presentes tanto na ilha quanto nas embarcações presentes no local. O OVNI veio em direção à ilha em alta velocidade, pairou ligeiramente sobre um pico, desapareceu atrás dele por algum tempo e movimentou-se em direção ao mar. Baraúna conseguiu obter quatro imagens do objeto durante estas manobras.

    Segundo jornais cariocas, da época, devido à repercussão do caso na mídia o Pentágono solicitou cópia das fotografias para análise. Segundo o embaixador americano na época o Pentágono tinha interesse em comparar estas fotografias com outras existentes em seus arquivos. Talvez este pedido tenha ocorrido motivado pela visita do major-general Thomas Darey, da Força Aérea Americana ao Rio de Janeiro dias antes da notícia ser veiculada.

    Em entrevista para a imprensa, o almirante Gerson Macedo Soares, secretário geral da Marinha, na época, confirmou o episódio ocorrido em Trindade. O comandante Pedro Moreira, oficial de relações públicas também confirmou os fatos noticiados pela imprensa.

    O evento de 16 de janeiro obrigou à uma investigação oficial por parte da Marinha do Brasil por determinação do Congresso Nacional. O inquérito, aprovado pela Câmara dos Deputados no dia 27 de fevereiro de 1958, de autoria do deputado Sérgio Magalhães, solicitava que a Marinha explicasse os fatos relacionados ao incidente da Ilha de Trindade:

    Diário do Congresso Nacional (27 de Fevereiro de 1958)

    Objeto: O Ministério da Marinha é solicitado a responder às seguintes perguntas do Deputado Sérgio Magalhães:

    Original do pedido de informações sobre D.V. pelo Deputado Sérgio Magalhães:

    As perguntas formuladas são as seguintes:

    1) Se é verdade que a tripulação do NE "Almirante Saldanha" assistiu ao aparecimento de estranho objeto sobre a Ilha de Trindade.

    2) Considerando que a nota oficial emitida pelo gabinete do Ministro da Marinha reconhece que foram tiradas fotos do estranho objeto na presença de grande número de elementos da guarnição do NE "Almirante Saldanha", pergunto se foi aberto algum inquérito e tomados os depoimentos dos tripulantes.

    3) Na hipótese negativa, em que se baseia o Ministério da Marinha para não dar importância ao fato.

    4) Se é verdade que as fotos foram reveladas na presença da oficialidade do NE "Almirante Saldanha", denunciando logo o estranho objeto.

    5) Se os negativos foram submetidos a exame a fim de apurar qualquer fotografia realizada antes do acontecimento.

    6) Por que o fato foi mantido em sigilo durante cerca de um mês.

    7) Se é verdade que outros fenômenos idênticos foram observados por oficiais da Marinha.

    8) Se é verdade que o comandante do rebocador "Tridente" assistiu ao aparecimento do objeto chamado "disco voador".

    Justificativa

    O aparecimento desses estranhos objetos, conhecidos como Discos Voadores, vem despertando, há mais de dez anos, o interesse e a curiosidade mundiais.

    Pela primeira vez, porém, o fenômeno é assistido por grande número de elementos de uma força militar e as suas fotografias recebem a chamada oficial, numa nota distribuída a imprensa pelo gabinete do Ministro da Marinha. Sendo, entretanto, uma questão que afeta a segurança nacional, necessita de maior esclarecimento, porquanto há contradições nas notícias divulgadas, sem que a Marinha procure a informar opinião pública. Ainda mais que, declarando oficialmente o gabinete do Ministro da Marinha ter grande número de elementos da guarnição do NE "Saldanha da Gama" visto o estranho objeto fotografado sôbre a Ilha da Trindade, não foram tomados os depoimentos dos tripulantes ou outras quaisquer providências, como confessa o chefe do Estado Maior da Armada, ao responder a imprensa.

    Em resposta à essa solicitação o deputado teve acesso à um documento confidencial da Marinha onde era confirmado todo o episódio, inclusive acrescentando novos dados.

    Ceticismo

    O Caso da Ilha de Trindade é muito combatido por céticos e detratores do Fenômeno OVNI. A maneira como isso tudo começou é um tanto quanto ridícula. O caso foi divulgado de imediato, ganhando grande repercussão já naquela época. Houve um furo jornalístico por parte de um noticiário da época que provocou a ira de seu concorrente direto que publicaria a notícia em primeira mão. Em resposta, este veículo produziu um artigo em que tentou desmistificar o caso. A confusão estava feita e céticos embarcaram na história usando o caso em sua batalha por negar os fatos ufológicos.

    Atualmente existem vários estudos céticos sobre o caso sendo divulgados por variados sites céticos, inclusive brasileiros. Nenhum destes estudos se sustenta, embora os céticos discordem desta afirmação. Vejamos então o conjunto destas tentativas de refutação apresentadas e repetidas incansavelmente por este grupo.

    A idoneidade do autor

    Este é um dos principais argumentos apresentados. Segundo os céticos, as fotografias de Baraúna não podem serem consideradas legítimas porque Baraúna seria um mestre em forjar fotos de OVNIs, inclusive publicando artigo ilustrado em uma revista de grande repercussão na época, em período anterior às ocorrências registradas em Trindade.

    De fato existiu tal artigo publicado. Essa é uma afirmação verdadeira. Mas, vejamos... Almiro Baraúna era cético em relação aos discos voadores. Ele produziu o artigo com a intenção de mostrar que os casos de fotografias de OVNIs teriam origem em fraudes. Se verificarmos as fotografias deste artigo com as fotografias obtidas em Trindade, na presença de 48 pessoas, veremos uma diferença brutal de qualidade.

    Outro detalhe que não vemos céticos citarem é o fato de que Almiro Baraúna não usou as fotografias de Trindade para desacreditar os casos ufológicos e a própria Ufologia, já que ele antes disso se apresentava como cético. Seria uma oportunidade imperdível para qualquer cético. Se ele não fez isso só podemos concluir que não houve fraude e o caso foi sim legítimo.

    Para encerrar de vez a questão sobre a idoneidade de Baraúna perguntamos: Porque uma pessoa que um dia fraudou fotografias ufológicas com o intuito de desmoralizar a Ufologia, mudou repentinamente de lado? Por acaso isso impede alguém de ter uma experiência legítima?

    Fotos fraudadas?

    Este é outro ponto comum na maioria das abordagens céticas sobre o caso. Um dos mais ferrenhos defensores dessa hipótese é Martin Powell que afirma que Baraúna teria usado recursos de dupla exposição para fraudar a imagem do disco voador. Ele teria primeiramente fotografado um avião no céu e depois fotografado a Ilha de Trindade com o mesmo negativo. Ele reforça sua teoria com a afirmação de que em duas fotografias o objeto registrado na segunda fotografia era idêntico ao primeiro em posição invertida.

    Ora, isso é algo questionável que, de forma alguma, refuta o caso. Como sabemos, fotografias de objetos a distância, com variações de posição, luz e sombra podem ocultar ou realçar detalhes deste objeto. Sendo assim, afirmar que houve uma adulteração na foto, usando um mesmo modelo, em posição invertida, é uma afirmação precipitada sendo apenas mera suposição. Outro ponto importante a ser ressaltado é que variadas instituições civis e militares, ou mesmo particulares, fizeram numerosos testes em que não foram constatados sobreposição de imagens (que é algo facilmente detectado), adulteração de imagens ou qualquer outro truque fotográfico. Até mesmo a relação luz e sombra do objeto e do ambiente coincidem perfeitamente, ou seja, o objeto captado na fotografia foi mesmo registrado no local fotografado.

    Avião?

    Entre todas as afirmativas, talvez a mais cômica seja a afirmação de que o objeto fotografado era um avião, modelo Twin Bonanza, utilizado na época. Sem explicar como e porque haveria um avião daquele modelo no meio do oceano e como nenhuma das dezenas de testemunhas o reconheceu como tal, o autor tenta forçar uma explicação para o caso de forma mais agradável à suas convicções.

Referências

  • Fenomenum
  • Foto (zoom) - Almiro Baraúna
  • Foto - Almiro Baraúna
  • Mapa
  • Foto - Almiro Baraúna
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Documentos

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